terça-feira, 3 de junho de 2008

HISTÓRIA DA ARTE - PARÁ - I

HISTÓRIA DA ARTE - PARÁ - I

Esta sessão é destinada a todos artistas paraenses (ou que expuseram no Pará) que já chegaram a expor individualmente em Belém, outros municípios, outros estados ou em outros países. Como também, apresentará um panorama sobre alguns assuntos de arte que se tornaram efemérides na Amazônia e fora dela. Estará organizado de modo cronológico.


No meado do século XVIII, Portugal organizou quatro grandes expedições científicas. Esse momento foi importante para a arte pela fomento a produção de pinturas e desenhos como recurso artístico-científico.

1754 - A chegada da Comissão Demarcadora de Limites: cientistas e artistas chegam a Belém para, conforme o Tratado de Madri, assinado em 13 de janeiro de 1750, que Portugal redesenhasse as fronteiras entre suas terras e Espanha na América do Sul:

A comando do sargento-mor Sebastião José da Silva e contava com o astrônomo e matemático João Angelo Brunelli, Pe Jesuíta Inacio Sanmartone, o capitão João André Schwebel, Gaspar Gerardo Gronfeld, Gregório Rebelo Guerreiro Amaro, os ajudantes Henrique Antonio Gallussi, Adão Leopoldo de Breuning, Felipe Sturm, Manuel Goetz, Daniel Pank, Antonio de Matos e Antonio José Landi.
            
Esse episódio histórico foi marcado por dois fatos: 1 Demarcação das fronteiras das terras portuguesas e as terras espanhola. 2- A viagem-científica no comando do capitão-general Mendonça Furtado, na qual também estava o arquiteto italiano José Landi e a Viagem Filosófica (1783-1792), de Alexandre Rodrigues Ferreira, compreendida como a maior produção de imagens sobre a Amazônia nesse período.


A chegada desses cientistas e artistas em Belém a partir de 1754 irá configurar um novo momento artístico na cidade e na região. 
Ressonância do Iluminismo (Ilustração) na Amazônia.
1865 - 1898 (Belém) João Gomes Corrêa de Farias.


1875 a 1880 - Período de estada de Bernhardt Wiegandt (1851, Colônia, Alemanha- Ellen, Alemanha, 1918) no Brasil, alguns desses anos passou no Pará.


Bernhardt Wiegandt, "Lavadeiras, em Belém", c. 1880.  


1872 - 1953 (Belém - São Paulo) Theodoro Braga.


Artista Paraense Theodoro Braga.




O Ver-o-peso em exclusivo Theodoro Braga, aquarela adensada (ou um guache aguado) de 14,3x29cm, de 1910
Publicado em 25/04/2012

Pertencia ao acervo do professor Clóvis Moraes Rêgo que o comprou em um antiquário; hoje é herança de seus dois filhos vivos: Carlos Ronaldo e Clóvis Júnior.

http://fauufpa.wordpress.com/2012/04/25/um-exclusivo-theodoro-braga-de-1910/

Theodoro Braga, Vaso em cobre repoussé esmaltado, com desenhos geometrizantes do Marajó- PA
Fonte: Revista Arte Vogue- Brasil, 24b, 1977.  Acervo: Biblioteca IRS









1894 – Chegada em Belém do pintor Russo Davi Widhopff (1867-1933)

1895 - Grandiosa exposição Artística Industrial do Liceu Benjamin Constant, promovida pela Sociedade Propagadora das Belas Artes, cujo o presidente era Dr. Pedro Chermont



Cartaz Exposição Artistico  Industrial-1895 - Publicado no livro homônimo, organizado por Ignácio Moura - Biblioteca Arthur Vianna - setor de Obras Raras. Belém - Pará


1895 Surge o periódico O Mosquito, de Alfredo Silva & Cia (Arraes, 2006:38)

1895 periódico A Província Illustrada (Arraes, 2006:38)

1898 – Exposição de Maurice Blaise e Luise Blaise na casa onde moravam, à travessa Quintino Bocaiúva. Belém.

1898 – A escultora e pintora paraense Julieta de França realiza no Salão Mina Musical sua primeira exposição.


Escultora paraense Julieta de França em seu atelier, chegou a ser aluna de Rodin.


Fonte: SANTOS, Ilton Ribeiro. JULIETA DE FRANÇA: UMA MULHER INDOMÁVEL DO SÉCULO XX. In: In: IV Fórum Bienal de Pesquisa em Artes da UFPA, 2012, Belém. Anais do IV Fórum de Pesquisa em Artes: artes e ambiguidades. Belém (PA): PPGARTES / ICA / UFPA, 2008. v. 1. p. 179-186. ISBN 9788563189141. In: IV Fórum Bienal de Pesquisa em Arte, 2012, Belém. Artes e ambiguidades, 2012.




1900 – 1934 (Belém – Rio de Janeiro) Ismael Nery

1901 – 1º exposição do artista paraense Carlos Custódio de Azevedo na Galeria de Arte na rua João Alfredo.

1906: Chega em Belém Joseph Casse para fazer a nova decoração no palácio dos Governadores, como também ornamentar a capela do Instituto Gentil Bittencourt.



1907 - Exposição no foyer do Theatro da Paz, em Belém de Francisco Aurélio de Figueiredo Melo (irmão de Pedro Américo),

1907: Exposição de Benedito Calixto, em Belém

1907: Exposição de Joaquim Fernando Machado, em Belém.

1907 - "Coquista do Amazonas", Antonio Parreiras
            Acervo do Museu Histórico do Estado do Pará

fonte: Alves, Moema de Bacelar. Do Lyceu ao Foyer: exposição de arte e gosto no Pará da virada do século XIX para o XX, 2013. (U,F.F.)




1908 - Exposição de Theodoro Braga, onde apresenta sua famosa obra "Fundação de Belém"




1908: Antônio Parreiras entrega a pintura a óleo “A conquista do Amazonas” encomendada pelo governador Augusto Montenegro.

1908: Exposição do pintor paulista Trajano Vaz.

1908 - Livraria Universal


fonte: Alves, Moema de Bacelar. Do Lyceu ao Foyer: exposição de arte e gosto no Pará da virada do século XIX para o XX, 2013. (U,F.F.)

Livraria Universal (prédio no lado esquerdo do toldo menor) - Fonte: Álbum do Estado do Pará, 1908





1909 Surge a Revista Paraense de Pindobussu de Lemos (Salles, 2005:22)

1909 Exposição Paraense de Belas Artes (Arraes, 2006, 74)

1912 Revista Illustração Paraense de Alfredo Uchoa (Salles, 2005:22)

1914 Revista Caraboo, de Romeu Mariz (Salles, 2005:22)

1917 Revista A Semana, de Manoel Lobato e Alcides Santos (Salles, 2005:24)

1917 - Periódico Ridendo...Castigat mores, de Genaro Ponte e Souza (Salles, 2005:24)

1919 - É fundada a revista Guajarina, de Francisco Rodrigues Lopes (Salles, 2005:24)


Capas das Revistas Guajarinas, 1920. (acervo obras raras Biblioteca Arthur Viana - Belém) 

1919 - Revista A Revolta, dirigida pelo português Marquês da Costa

1919 - RevistaO Semeador.


1940 - I Salão Oficial de Belas Artes.

1929 - Exposição de Ismael Nery em Belém.


Palace Theatre, no Grande Hotel" em Belém, local em que Ismael Nery expôs em 1929.


Aproveitamos para publicar algumas cenas do Café-Grande Hotel:



Café do Grande hotel, 1935_n



Café do Grande Hotel,_AGSL digital photo archiven


1943 - IV Salão Oficial de Belas Artes do Estado do Para: com abertura para pintura e escultura moderna (SOBRAL, 2002, 39)

1946 - Exposição de Tadashi Kaminagai em Belém na Galeria da Casa Loureiro, comércio voltado para vendas de: vidro, espelhos emolduras. Kaminagai chegou a montar um atelier no alto desse comércio (Bitar, 1991:80)



1949 - Nasceu em Capanema - Pará, Emmanuel Nassar, começou a expor nos finais dos anos oitenta (1980), participando em 1989 da 20ª Bienal de São Paulo, em 1993 paticipou da XLV Bienal internacional de Veneza. Em 1989 da 3ª Bienal internacional de Havana.

1950 - Nasceu OSMAR PINHEIRO


Osmar Pinheiro (Belém, Pará, 1950 - São Paulo, São Paulo, 2006). Pintor e professor. Começa a atividade artística cedo: recebe o 4º prêmio do I Salão Cultural do Estado do Pará, em 1966, e o 1º prêmio do Salão Banco Lar Brasileiro, em Belém, em 1969. Participa do Salão da Pré Bienal de São Paulo, em Belém, em 1970, e da XII Bienal de São Paulo, em 1973. A partir desse ano e até 1994, é professor adjunto de pintura e história da arte na Universidade Federal do Pará. Entre 1982 e 1986, é representante do Pará no II Simpósio Nacional de Artes Plásticas, em Olinda, Pernambuco; é autor de um projeto para a Fundação Nacional de Arte - Funarte sobre a visualidade amazônica; e é membro da Comissão Nacional de Artes Plásticas. Em 1985, realiza sua primeira individual na Galeria Arte Liberal, Belém. No ano seguinte, muda-se para São Paulo e expõe na II Bienal de Havana, em Cuba. Em 1988, recebe a bolsa de Guggenheim Foundation de Nova Yorque para passar um período em Berlim e faz parte do workshop Berlim São Paulo, com coletiva no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriant (Masp) e no Staatliche Kunsthalle, em Berlim. Em 1991 e 1992, é convidado a acompanhar as atividades da Hochschule der Kuenste [Escola Superior de Artes] de Berlim. Expõe na XXI Bienal de São Paulo, em 1992, e na VI Bienal Internacional de Pintura, em Cuenca, Equador, em 1998. Em 2003 cria com o pintor Marco Giannotti (1966), a Oficina Virgílio, em São Paulo, núcleo de ensino e pesquisa em arte. 



Fonte: Jornal do Museu da UFPA


1955 - O Primeiro Salão Universitário de Belas Artes, no Pará, ocorreu em 24 de julho, no Teatro da Paz


1950 - Década de 60, passagem de Balloni por Belém,

Armando Balloni
Bolonha, Itália, 1901
São Paulo, 1969


"Participante dos principais eventos da modernidade paulistana, o artista italiano desempenha um importante papel na consolidação da modernismo brasileiro, durante os anos 30 e 40. Integrando a Família Artística Paulista e ligado aos artistas do Grupo Santa Helena, pinta paisagens, vistas urbanas, naturezas-mortas e figuras, sempre fiel ao estilo pós-impressionista. Diante de constantes transformações, no qual a cidade de São Paulo materializa a mudança na relação do homem com o ambiente a sua volta, o olhar de Balloni lamenta, melancolicamente, o mundo que se perde a cada dia."


"Em suas obras, a profundidade dos tons, especialmente os terrosos, colabora para o caráter melancólico. Mesmo nas cenas urbanas, o espectador se remete aos ambientes interioranos e pacatos. Por isso, os títulos escolhidos por Balloni não costumam corresponder as cenas retratadas, como ocorre na pintura “Rua Antiga”, um retrato da Rua dos Passos, no Rio de Janeiro. As mesmas cores estão presentes em suas naturezas-mortas, com clara influência de Cézanne nas formas pós-impressionistas. Nos anos anteriores a sua morte, inova trocando a pintura a óleo pela eucástica, técnica medieval na qual as tintas são dissolvidas em cera quente."


fonte: http://www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo2/modernidade/eixo/fap/artistas/ballo.html (20/03/07)

Balloni, Armando, Belém - Óleo s tela 64x98,_1963



Balloni, Armando, Usina de Belém - Óleo s tela 67X97_1957


Balloni, "Feira do Ver-o-Peso, óleo sobre tela, 92X73, 1956

1960 - I Exposição Coletiva de Pintura Abstracionista do Pará.


1963 - I Salão de Artes Plásticas da UFPA



1965 - II Salão de Artes Plástica da UFPA








Frontispício dos catálogos dos dois salões de arte da UFPA, respectivamente 1963 e 1965. Foto: Ilton Ribeiro

1977 - Bienal Amazônica de Artes Visuais, organizada por Benedicto Mello

1977 - Inauguração da Galeria Theodoro Braga (nas dependências do Theatro da Paz)




Belém, quinta-feira, 17 de março de 1977 - A província do Pará - 2º caderno p. 3



1992  I Salão de Arte Primeiro Passos - CCBEU


1992 - I Salão Paraense de Arte Contemporânea

(convidados: Iberê Camargo; Leda Catunda; Sergio Ramagholo, Siron Franco; Daniel Senise; Tomie Otake - (Revista Ver-o-Pará nº 2 - 1993)


1993 - II Salão Paraense de Arte Contemporânea

(Convidados: Marcos Coelho Benjamin; Valdir Sarubbi e Rui Meira

1994 - III Salão Paraense de Arte Contemporânea (Este foi o último Salão Parense de Arte Contemporânea)

(Convidados - Daniel Senise e Aluísio Carvão (Belém PA 1920 - Poços de Caldas MG 2001)).

1995 - I Salão UNAMA de Pequenos Formatos.

2006 - Exposição de Gravuras de Pablo Picasso em Belém - trazida pelo Circuito Cultural Banco do Brasil.


2006 - Exposição Camille Claudel, a sombra de Rodin - em Belém.











Bibliografia:

A Fundação da Cidade de Belém, Figueiredo, Aldrin Moura de, e Velthem, Lúcia Hussak van, Museu de arte de Belém, Belém, Pará, 2004.

Arraes, Rosa Maria Lourenço, Paisagem de Belém: história, natureza e pintura na obra de Antônio Parreiras 1895-1909, Belém, Pará, UFPA, 2006.

Fascículo Nosso Século nº 10, São Paulo, Editora Abril Cultural, 1980.

Guia Foxvídeo, texto: Cem anos de Cinema no Pará, Veriano, Pedro, Belém, Janeiro, 2005.
Loureiro, Violeta Rafkalefsky, A história social e econômica da Amazônia, da

Obras Completas de Bruno de Menezes, Menezes, Bruno de, Belém, Secretaria Estadual de Cultura: Conselho Estadual de Cultura, 1993 (Lendo Pará 14).



http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142007000100007&nrm=iso&tlng=pt (consultado em 19/07/08)

2 comentários:

Unknown disse...

Theodoro Braga morreu em São Paulo em 1953 e não em 1935. Mas, parabéns pela iniciativa.

Ilton Ribeiro dos Santos disse...

Obrigado Professor Aldrin, já foi retificado